quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Abreviaturas Maçônicas


Este Trabalho é fruto de dúvidas que muitos IIr.’. tem com a leitura de Rituais e Obras Maçônicas, principalmente os IIr.’. AApr.’., pois a primeira coisa que realmente salta aos nossos olhos quando abrimos pela primeira vez o ritual são de fato as abreviaturas ali constantes.

As  abreviaturas surgiram de uma necessidade de comunicação em uma época em que se era demasiadamente perigoso pertencer à Ordem, portanto uma mensagem grafada maçonicamente correria menos riscos se contivessem códigos que somente os maçons compreenderiam.  Existem escritores que afirmam que essa prática foi herdada dos Cavaleiros Templários. Ela faz parte do conjunto de reconhecimento mútuo: Sinais, Toques e Palavras.

Para se abreviar alguma palavra, existe regras explícitas e claras quanto a sua execução: Devemos fazer o corte ANTES da segunda vogal e apor os três pontos, significando que ali é uma abreviatura.  Ex. Trab.’. Ord.’. Cod.’. etc .

Uma crítica quanto a isso é que existem muitos escritos maçônicos em que o autor abusa das abreviaturas e acaba ficando incompreensível a sua obra, entende-se que seja até dispensável o seu uso no dia-a-dia visto que a época da caça às bruxas, graças ao G.’.A.’.D.’.U.’. já tenha passado.

Como toda regra, existem exceções, que são as palavras de uso corriqueiro dentro da Maçonaria, que dispensa quaisquer regras, pois só de bater os olhos já compreendemos o seu significado: A.’.R.’.L.’.S.’., G.’.A.’.D.’.U.’., M.’.I.’.C.’.T.’.M.’.R.’. etc.

No plural das palavras abreviadas, existem duas regras, a mais usada é a repetição da Primeira letra ex. TTrab.’., OOrd.’., CCod.’. etc.  A segunda menos usual é a repetição da palavra abreviada ex Trab.’.Trab.’.,  Ord.’.Ord.’., Cod.’. Cod.’. etc.

Existem erros comuns que de tanto grafarem errados, acabou sendo o certo, é o caso da abreviatura do Irmão, que pela regra deveria ser Irm.’. e não Ir.’. como vimos na maioria das vezes. Outra palavra é quando o Ir.’. Secr.’. ao término da ata diz a data: 02 março de 2010 da E.’.V.’..  Antigamente se grafava E.’.C.’. (algumas pranchas ainda adotam essa abreviatura) e muitos IIr.’. liam como Era Cristã, quando na verdade é Era Comum, e como a Maçonaria é isenta de Dogmas Religiosos, isso foi resolvido com a nova abreviatura adotada:  E.’.V.’..

Uma boa dica no uso dessas abreviaturas sem cometer erros é primeiro  usar do bom senso e em segundo utilizá-las somente  em palavras de uso corriqueiro em Loja.

Concluindo, gostaria  acrescentar que este Trabalhado foi gerado de uma dúvida de vários AApr.’. , portanto conclamo aos nossos IIrm.’. que perguntem, questionem, pesquisem e até duvidem, não aceitem simplesmente um pacote bonito, abram, descubram o seu conteúdo e analisem se estão de condizentes com os seus preceitos, só assim cresceremos como seres humanos pois a Maçonaria é em última análise é uma Escola de Ensinamentos, e sem a dúvida não há conhecimento.

O Livro de Jó



“A honradez e o caráter de qualquer homem,  mede-se pelos atos que ele pratica no enfrentamento de adversidades, em que se espera dele o comportamento adequado à altura daquela própria situação”.

Por que pessoas boas sofrem coisas ruins?  É a questão central desta belíssima obra escrita em forma poética.  No nosso Ritual existe apenas uma ligeira referência a pessoa de Jó, citando apenas uma frase: “Por que os maus são os mais poderosos?”

O Livro de Jó é composto de 42 capítulos e merece não apenas ser lido, como analisado profundamente, é um dos livros SAPIENCIAIS, cujo nome é dado aos 5 livros do antigo testamento: Provérbios, Jó, Eclesiastes, Eclesiástico e Sabedoria.  Esses livros apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel.

Em Israel, a sabedoria não é a cultura adquirida pelo acúmulo de conhecimento, mas o bom senso e o discernimento adquiridos através da meditação e reflexão sobre a experiência concreta da vida.  Trata-se de algo que se aprende na prática e que leva à arte de viver bem.  Assim nos livros sapienciais encontramos reflexões que brotam dos muitos problemas que povoam o dia-a-dia da vida de qualquer pessoa que busca o caminho da realização e da felicidade.

O significado do nome Jó (em hebraico: אִיּוֹב) é “Voltado sempre para Deus”, e a terra de Uz onde esse personagem viveu seria atualmente a região do Iraque. Há indícios de que o drama se passa entre os séculos XVII a.C.(1683a.C.) a XVI a.C. (1543a.C.).

Para dar compreensão sobre a personalidade de Jó, citaremos o preâmbulo do Livro:

Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.
E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.
E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.
Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.
E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.
Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde (em vão)?
Porventura tu não cercaste de sebe (cerca de arbustos), a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra.
Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam, e bebiam vinho, na casa de seu irmão primogênito,
Que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pastavam junto a eles;
E deram sobre eles os sabeus(povo de Sabá), e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu, e só eu escapei para trazer-te a nova.
Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Ordenando os caldeus três tropas, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos servos feriram ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.
Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.
Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.
E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR.
Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

Esse é o preâmbulo da terrível aventura que envolveu Jó que manteve a fé e a adoração ao Senhor.

O tema central do livro não é o problema do mal, nem o sofrimento do justo e inocente, e muito menos o da "paciência de Jó". O autor desse drama apaixonante discute a questão mais profunda da religião: a natureza da relação entre o homem e Deus. O povo de Israel concebia a relação com Deus através do dogma da retribuição: Deus retribui o bem com o bem e o mal com o mal.  Tal concepção arrisca produzir uma religião de comércio, onde o homem pensa poder assegurar a própria vida e até ditar normas para o próprio Deus. Contra isso, o autor mostra que a religião verdadeira é mistério de fé e graça: o homem se entrega livre e gratuitamente a Deus; e Deus, mistério insondável, volta-se para o homem gratuitamente, a fim de estabelecer com ele uma comunhão que o leva para a vida.

O livro provavelmente foi redigido, em sua maior parte, durante o exílio, no século VI a.C.  Como Jó, o povo de Judá tinha perdido tudo: família, propriedades, instituições e a própria liberdade. Ora, tudo isso era garantido por uma concepção teológica vigente até esse tempo. E aqui entra a pergunta crucial feita por Satanás: É possível ter uma relação gratuita com Deus, despojada de qualquer interesse? (Porventura teme Jó a Deus debalde?). 

Podemos dizer que todo o livro é uma busca para responder a essa questão. A resposta implica superar toda a teologia da retribuição, incapaz de responder à nova situação do povo, sem cair em absurdos. O povo estava vivendo uma nova experiência, e isso exigia uma nova forma de conceber Deus, o homem e as relações entre ambos.

Além de pretender condenar o homem para salvaguardar a justiça de Deus, essa teologia pode ser usada para condenar a Deus, a fim de salvaguardar a justiça do homem. Como sair desse impasse? A esta altura, percebemos que o livro de Jó é uma crítica de toda aquela teologia da retribuição. Essa teologia pode se tornar um verdadeiro obstáculo para a própria experiência em Deus. E aqui o autor dá o seu recado: É preciso pensar a religião a partir da experiência em Deus e não de uma teoria a respeito Dele.

Aspecto importante do livro é que Jó faz a sua experiência em Deus na pobreza e marginalização. Experiência que ultrapassa todas as explicações, tornando-se ponto de partida para uma nova história das relações entre os homens e com Deus. A confissão final de Jó - "Eu te conhecia só de ouvir. Agora, porém, meus olhos te vêem" (42,5) - é o ponto de chegada de todo o livro, transformando a vida desprovida de bens materiais em lugar da manifestação e experiência de Deus. A partir disso, podemos dizer que o livro de Jó é a proclamação de que somente desapegado da matéria (voto de pobreza) nos tornamos apto para fazer tal experiência.

O livro é um convite para nos libertar da prisão das idéias feitas e continuamente repetidas, a fim de entrar na trama da vida e da história, onde Deus se manifesta ao pobre e se dispõe a caminhar com ele para construir um mundo novo. Tal solidariedade de Deus se transforma em desafio: Estamos dispostos a abandonar nossas tradições teológicas para nos solidarizar com o pobre e fazer com ele a experiência em Deus?

Quando ficamos entristecidos face a alguma adversidade, mesmo que não possamos atinar sobre o porquê dessas adversidades, ou quando os amigos se afastam e retornam após passar a borrasca, iremos encontrar nesse livro a resposta certa aos nossos anseios e assim a reação para enfrentar os problemas e solucioná-los.

Possamos todos nós, encontrar no simbolismo bíblico o meio próprio para podermos, com galhardia, vencer os nossos dias sobre a terra, pois atualmente a nossa religiosidade frente às amarguras e durezas da vida vem esmaecendo e erroneamente buscamos solução dentro do desespero, que não nos conduz a nada, revoltando contra o criador e blasfemamos o nosso coração.

A fé na solução inesperada deve ser o alimento cotidiano do maçom.
 
Finalizando, podemos afirmar que o livro de Jó trata de um dos assuntos mais difíceis na experiência humana: como entender e lidar com o nosso sofrimento. É um livro rico e cativante que todos nós maçons precisam e devem estudar, pois um dia, mais cedo ou mais tarde, ele será útil em nossas vidas. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os Degraus do Conhecimento

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A Questão Religiosa


Outro tópico abordado no trabalho do irmão Ossamu Yamashita é a chamada QUESTÃO RELIGIOSA.
A Questão Religiosa foi um conflito gerado entre a Igreja Católica da época e a Maçonaria, envolvendo o Estado Monárquico do Imperador D. Pedro II.
Esse conflito durou de 1872 até meados de 1875 e por incrível que pareça, foi o Império que mais saiu perdendo nessa questão, pois gerou um enorme desgaste político criando um ambiente propício para movimentos como a da proclamação da república.
A Constituição da época ordenava que a religião oficial do país era Católica, ou seja, o Estado não era laico como hoje, a Igreja tinha um poder muito grande, porém conforme acordado, o Estado mantinha toda despesa sacerdotal o que na prática obrigava que as bulas papais (ordens direta do Papa)  passarem pelo crivo do Estado, antes de serem obedecidas, era o chamado Padroado.
Devido aos conflitos gerados na Europa pelos ideais Iluministas, evidentemente a Igreja não via com bons olhos a Maçonaria, mas que no Brasil ainda não havia esse enfrentamento direto, o convívio entre eles era pacífico.
O estopim foi deflagrado quando um Padre e também Orador de uma Loja Maçônica, fez um discurso elogiando a Lei do Ventre Livre e conseqüentemente a maçonaria.
Houve várias manifestações e D Pedro II posiciona-se ao lado da maçonaria e dois bispos, fervorosos anti-maçons, de Olinda e Belém, foram condenados a 4 anos de trabalhos forçados.
O Imperador, após algum tempo - por pressão da Igreja - , destitui o então ministro Visconde de Rio Branco (Grão Mestre) e coloca em seu lugar o Duque de Caxias que acaba anistiando os Bispos.
O povo percebe um Império sem força política, um ingrediente a mais para a queda do Império e a instalação da República.
Este assunto é tão relevante para a maçonaria que o nosso mestre José Castellani até editou um livro, cuja capa fora mostrada na tela do trabalho do nosso irmão.

TFA


sábado, 12 de novembro de 2011

Potências Maçônicas


Potências Maçônicas ou Obediências, como são chamadas, são aglutinações de Lojas geralmente subdividos por Estados.
Comecemos pela nossa:
A COMAB – Confederação Maçônica do Brasil -, cujo GOP –Grande Oriente Paulista é um dos confederados, nasceu da união de 10 Grandes Orientes Estaduais que, em 1973, se desfiliaram do GOB e começaram a trabalhar de forma independente em seus Estados.  Tudo se deveu a uma eleição de Grão-Mestre do GOB que foi impugnada. Hoje, a COMAB possui 19 Grandes Orientes Independentes filiados.
Os Grandes Orientes da COMAB possuem grande dificuldade de firmar tratados de reconhecimento com Obediências do Exterior, visto serem mais recentes do que as Grandes Lojas e GOB.
Uma característica forte da COMAB é o uso de aventais com borda vermelha no REAA, enquanto nas GLs e GOB adota-se azul. Porém, nessa questão,  a COMAB está correta. O uso do azul deveu-se por influência da Inglaterra e EUA.
Passemos para a maior no Brasil:
A CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – é a confederação que reúne as 27 Grandes Lojas Estaduais do Brasil. Juntas, elas somam mais de 3.500 Lojas e mais de 80.000 maçons, sendo a maior organização da maçonaria simbólica brasileira.
As Grandes Lojas foram fundadas por Mário Behring, quando o mesmo era Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA.  A partir de 1927, por necessidade de tornar a Maçonaria Brasileira regular perante a comunidade maçônica internacional, que exigia a independência entre a Maçonaria Simbólica e os Graus Superiores, enquanto que o GOB mantinha o Supremo Conselho do REAA subordinado a si, e o Grão-Mestre acumulava o cargo de Soberano Grande Comendador.
Historicamente, as Grandes Lojas brasileiras costumam reconhecer apenas 03 Ritos: York, REAA e Schroder.
E finalmente a mais antiga do Brasil:
Diferentemente da CMSB e da COMAB, que são confederações, o GOB – Grande Oriente do Brasil - é uma federação. Isso significa que os Grandes Orientes Estaduais estão estritamente subordinados ao Poder Central.
O GOB é a obediência maçônica mais antiga do Brasil e possui 26 Grandes Orientes Estaduais, não possuindo apenas no Estado do Amapá. Possui quase 2.500 Lojas e mais de 60.000 membros, perdendo em número de Lojas e membros apenas para a CMSB.
Possui reconhecimento da GLUI – Grandes Lojas Unidas da Inglaterra - , com a qual mantém forte relação.
Já a COMAB e a CMSB, por serem confederações, cada confederada é responsável pelos seus tratados de reconhecimento. Nenhuma confederada da COMAB possui reconhecimento da GLUI. Já na CMSB, atualmente as Grandes Lojas de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul possuem tal reconhecimento.
O tratado com a GLUI é considerado relevante, visto a GLUI ser a 1ª Obediência Maçônica fundada na história, se considerando "Mãe" das demais regulares.
Mas vamos chegar lá.

Areópago de Itambé


Em recente trabalho apresentado pelo irmão Ossamu Yamashita em comemoração a Proclamação da República, dois tópicos nos chamaram atenção.
O primeiro bateu um pouco quadrado em nossos ouvidos: AREÓPAGO DE ITAMBÉ.  Estava  na tela com o título de movimentos que antecederam a Proclamação da República.
Se foi um movimento, de que maneira entra a maçonaria? Pois no trabalho, evidentemente não haveria tempo hábil para explanação de um único tópico.
Comecemos pela etimologia:  O que é afinal Areópago?  De acordo com alguns dicionários, tem a seguinte definição:  Reunião de sábios, de letrados, políticos etc.: areópago literário. Tribunal supremo de Atenas, composto de 31 membros, antigos arcontes, e encarregado do julgamento das questões criminais mais graves. Alcançou reputação de equidade e sabedoria e, por isso, areópago passou a significar, figuradamente, assembléia ou corte de justiça augusta, imparcial e soberana.
E Itambé?  Itambé que em tupi significa “Pedra de Fogo”, foi uma localidade no estado de Pernambuco nas divisas da Paraíba.
Ou seja, parecia um local de reuniões de pessoas de grande saber.
A história começa em Pernambuco, pelos idos de 1792/93, com um carmelita conhecido por frei Manoel do Coração de Jesus, morador no povoado de Goiana, próximo à Itambé, que viaja para Europa para estudar ciências naturais. Lá ele é iniciado e mantém uma assídua convivência com outros irmãos que sonhavam e almejavam participar da construção de uma humanidade livre e progressiva. Impregnado por essas idéias, retorna ao Brasil e funda, no povoado de Itambé, um clube com a finalidade de reunir e recrutar cuidadosamente todos que almejavam uma pátria livre para os brasileiros, isto em 1796.
Teve as portas cerradas em 1801, mas a sua doutrinação continuou viva e conforme o trabalho do irmão Ossamu, deflagrou na Proclamação.
Concluindo então, podemos afirmar que o Aerópago de Itambé foi um clube de homens fomentados pelos ideais iluministas e conseqüentemente grande promotor e fonte de inspiração para a proclamação da nossa República de hoje.
Alguns historiadores maçônicos afirmam que o Areópago de Itambé foi secretamente a primeira Loja Maçônica a ser instalada no Brasil, tirando a primazia do Estado de Rio de Janeiro.
Bom não eram dois tópicos?  Então, o outro tópico que nos chamou atenção fica para o próximo Post.
Até lá.